Entrevista: Elizabeth, Beth, Bethinha...

Foi um prazer imenso entrevistar uma mulher que eu admiro tanto, não só pela inteligência e perspicácia, como pelo bom humor constante.

Ela provavelmente vai me xingar pela escolha da foto da capa - uma foto antiga e com resolução não muito boa. Mas a foto estava tão "Leila Diniz" que não resisti.

Compensei colocando ao longo do artigo fotos mais atuais, para que vocês conheçam a Beth de hoje.


Olhar Feminino: Em primeiro lugar, como você descreve a "Elizabeth"?

Beth:

Pergunta complicada essa, pois nem sempre enxergamos como somos na verdade...

A Elizabeth é uma menina na maior parte do seu tempo. Tenta ser leve, imagina um mundo mais pra fantasia, que é o que a acalenta nas horas pesadas.

Como um signo da terra, mantém os pés no chão (ancorada...rs), porque sabe que a cabeça voa na maioria das vezes. Sabe ser coerente, equilibrada e racional quando necessário. Assim como também se apresenta de forma imatura, emocional e hormonal (apesar da menopausa...).

É um ser aparentemente normal, que caminha por essa Terra, sem pensar que vive numa bola louca solta pelo espaço...


Olhar Feminino: Muitas mulheres chegam à idade "mais madura" e sofrem com crises, seja por medo de perder a "beleza da juventude", por falta de perspectivas quanto ao futuro, medo da solidão, etc. Como você encarou e encara essa "passagem"?

Beth:

Nunca fui muito ligada nesse lance de idade pois sempre encarei minhas passagens anuais de forma natural. Claro que tenho a perfeita noção que meu corpo não é mais o mesmo, que meu rosto apresenta as marcas de uma mulher madura, mas ainda não caí do pé...rs Estou me mantendo firme no galho. Persistência é meu nome.

Quanto à solidão, por não ter me casado, é algo inevitável. Mas, de uma certa forma, não me incomoda demais o estar sozinha. Tive grandes amores que, de uma maneira estranha e sem explicação, alimentam meus momentos de solidão. Vivi todos de maneira plena, sem me preocupar se estava certa ou errada.

E quanto ao futuro, quando chegar a idade em que eu já não possua mais o controle do meu corpo e mente, espero não sentir o peso da idade, pois pretendo ainda ter o referencial de uma vida plena. A vida que eu tive, a vida que eu me permiti ter.

Lembranças são eternas, mesmo que se confundam em uma mente idosa e perturbada passando a ter outro modo de sentir e perceber.


Olhar Feminino: Você é uma figura antiga e popular no orkut, poderia escrever um livro sobre o assunto. Qual a relação entre "vida virtual" e "vida real" prá você? Além do orkut, participa ou utiliza outros serviços e redes sociais online?

Beth:

Antiga sim, quanto a ser “popular”, tenho minhas dúvidas. Digamos que eu tenha pessoas que me acompanham nesse meu tempo de orkut. Pessoas que eu admiro (independente de concordar com elas ou não), pessoas que por alguma razão estabeleceram uma ligação além das palavras: pessoas que chegaram na alma.

Quanto a escrever um livro do que sei por aqui, minha vida não valerá muito depois de tal ato...kkkkkk...brincadeirinha.

Dou importância a vida virtual sim, assim como na minha vida real. Não consigo apenas olhar esse mundo como brincadeira sem conseqüências - algo que me torne poderosa a ponto de fazer o que bem entender sem pensar que trará resultados.

Fiz ótimos amigos, muitos passaram para o real, outros permaneceram virtuais,
mas importantes também. Vivi algumas paixões, chorei, sorri, me indignei, perdi algumas ilusões, mas o resultado foi mais positivo que negativo. Eis porquê valeu e vale a pena.

Além do orkut, faço pesquisas e viajo por alguns blogs. Leio mais do que participo.


Olhar Feminino: Sabemos que determinadas profissões não tem problemas de discriminação de idade ou sexo. Você tem a sorte de ser artista plástica, uma das profissões que se encaixa nessa lista. É profissão ou paixão? Foi a profissão que você escolheu ou o destino te levou a ela?

Beth:

Sou formada em Comunicação Social, na área de publicidade e propaganda. Digamos que sofri determinada pressão sim, por ser mulher em um mundinho estritamente masculino na época. Ganhava menos exercendo função igual, além da ”leve” insinuação de teor sexual. Mas consegui levar isso tudo adiante impondo minha maneira de ser, aliada ao uso do meu bom humor.




Quanto a arte, ela me acompanha desde os 8 anos de idade. Foi minha escolha, um caminho já traçado, parte do meu ser. Tornou-se profissão depois, em 1991.


Olhar Feminino: A mulher madura hoje participa muito mais ativamente na sociedade do que nossas mães participavam. É muito comum encontrar mulheres acima dos 40 anos na internet, escrevendo em blogs, participando em redes sociais, encontrando-se com amizades começadas no virtual, etc. Você acha que elas estão preparadas para isso, ou são "ingênuas virtuais" e correm riscos de se iludirem?

Beth:

Quanto a “ingenuidade” e a “ilusão” até nós, escoladas virtuais, caímos...rs É difícil, independente do nosso grau de saber conviver nesse mundinho, escapar de certas armadilhas ou escorregadas virtuais.

Com o tempo, passamos a reconhecer as laçadas preparadas no caminho, e decidimos se vamos pisar nelas ou não. Todas aprendemos e com essas mulheres que ingressam nesse mundo mágico, não seria diferente.


Olhar Feminino: Se você se encontrasse em um novo desafio onde teria que voltar a estudar ou mudar de profissão, encararia o desafio? Ou julga que chega um momento em que devemos sossegar e "deixar a vida nos levar"?

Beth:

Sim, com certeza, se esse desafio fosse importante ou decisório em minha vida. Muitas vezes já refiz o caminho e mudei de rota. Encaro de forma positiva, apesar do medo da mudança brusca. É só uma questão de se reajustar ao novo que se apresenta.



Olhar Feminino: E quanto ao aspecto romântico? Sente-se capaz de encarar o início de uma vida a dois? O que isso teria de bom e quais seriam os obstáculos?

Beth:

Obstáculos? Só o da adaptação caso houvesse a necessidade do viver junto, na mesma casa.

Quanto ao aspecto romântico, sou uma apaixonada nata. Posso parecer, a um primeiro olhar, fria e distante. Mas não se iluda, pois dentro do meu ser habita uma mulher que vive de forma intensa. E quando decide vivenciar uma relação, faz sem medo e de maneira completa. Se vai dar certo, aí é outro papo...rs

O bom de uma relação é a cumplicidade, a afinidade apesar das diferenças.
O estar junto sem posse mas com respeito pelo outro.
O olhar de amor, de tesão, de carinho, de compreensão, de felicidade.
O olhar de entender o que não se assemelha sem tentar modificar ou idealizar.
O querer estar junto de forma sincera.


Olhar Feminino: Algum recado para as leitoras do Olhar Feminino?

Beth:


Aprendam a olhar além do que os olhos possam ver.

Liberem aqueles instintos que nos habitam e deixem os tambores ecoarem em seus corpos.

Sigam a música e façam a letra de uma bela canção.

E que seus corpos acompanhem as batidas da melodia e seus passos flutuem como se possuíssem asas.

Sejam intuitivas, ouvintes e alimentem suas mulheres cantando a canção que sustenta suas almas animando seus corações.



Bem pessoal, essa é a Elizabeth, Beth, Bethinha, Bebeth, Béss, e mais outros tantos nicks pelos quais ela atende. Escolhi entrevistar essa gaúcha de Copacabana (??) - se não entenderam procurem conhece-la melhor por aqui - no dia de seu aniversário, e ela me atendeu prontamente, mesmo com tanta gente querendo atenção. Essa é a Bethinha, sempre simpática!

Abaixo vocês encontram algumas imagens de seus trabalhos e obviamente, o local "virtual" mais fácil de encontra-la é no Orkut (Perfil de Bethinha). O auto retrato acima também foi criado por ela.




A equipe do Olhar Feminino agradece seu tempo e simpatia e deseja um Feliz Aniversário!

comentários: 2

Cynthia Dorneles 02/05/2009, 00:40

uauuuu, que delícia ver e ler a Elizabeth! Que jornal legal este aqui!

Mas é assim: toda vez que busco por juízo, ligo para Elizabeth. Tenho ela e a Andrea. São as pessoas para quem recorro quando preciso de uma espécie de "juízo desajuizado". Porque fujo do juízo azuizado demais da conta. Busco este juízo, o juízo com humor, juízo com coração. E é nela que encontro...

yeda riva moreira 02/05/2009, 01:51

Betinha 1 é assim que eu chamo minha amada amiga carioca.eu semrpe digo que ela foi minha irmã em outra encarnação.parece que nos conhecemos a anos.ela é tudo de bom e adora puxar minhas orelhas quando eu apronto e fala serio eu vivo aprontando akakkak linda essa entrevista que vc fez com ela e a foto eu acho barbara bem Leila Diniz mesmo akkaka
bjossssssss

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