Homens X Mulheres


Ao ler este texto, da Mamanunes, é impossível não rir. Ao mesmo tempo, é trágico que a situação soe familiar para a enorme maioria das pessoas que já passaram por um rompimento de relacionamento.

Os grande filósofos Zezé de Camargo e Luciano já diziam que “… quem fica não deseja que o outro tenha sorte…”. Assustadoramente verdadeiro.

Mas há um momento em que isso se cristaliza. Um momento muitas vezes despercebido, mas que abandonamos aqueles sonhos conjuntos, aquele futuro compartilhado, e trocamos por uma brutal batalha sem sentido. Quando é mesmo que ultrapassamos essa linha?

Vejo casais com os quais tenho amizade, pouco se falando, depois de uma separação. Mas cada um deles ainda se lembrando, e procurado esquecer, daqueles momentos bons, mágicos, definidores (mesmo que sejam os ruins, como uma perda enfrentada a dois). E, invariavelmente, a fuga. Ninguém mais encara essas lembranças, elas surgem pelos cantos dos olhos, e são refugadas, como se fossem um pedacinho do que muito se quis, mas já não se quer mais. Ou não se pode.

Acho que o motivo é não poder - como o hipertenso e o sal, o diabético e o açúcar. Como a raposa e as uvas. Aquelas frases “onde eu estava com a cabeça…”, “como eu pude…”, “como foi possível…”, seriam mera tentativa de autoconvencimento?

Pois eu me lembro de meus anos de namoro, algumas brigas, claro, mas claramente o desejo de estar junto àquela pessoa. E, depois da separação, era o diabo fugindo da cruz… Pergunto: há racionalidade nisso?

Parece que nos protegemos, todos. E escondemos ou procuramos cascas de camarão, como que para perenizar aquela (des)união. Se não fosse assim, o caminho seria a lamentação sem fim pelo outro? Preferimos olhar para a frente, sorrir para a vida e rir daqueles que não souberam nos prender (de novo as uvas verdes?)…  Afinal, quem quer racionalidade? Queremos viver a vida!

Renato Okano
Efemérides

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