Há pouco comentava com minhas filhas o quanto a gente teve que brigar por algumas coisas que hoje ninguém poderia imaginar, e nem faz tanto tempo assim. Em 1970 eu trabalhava como auxiliar de mídia da Denison Propaganda. Para quem não sabe, São Paulo gela no inverno e ainda mais no alto da Av. Paulista, é duro... Tinha que pegar um onibus e andar dois quarteirões (no salto alto) para chegar ao escritório. Um buraco de ar-concionado aberto, se encarregava de gelar nossas pernas o dia todo. Pois bem, um dia me enchi de coragem e meti uma calça comprida e fui trabalhar. Imaginem. A secretária sisuda do meu chefe carrancudo, o Hélio Abud, mando me chamar ao gabinete e mandou sem dó:
- Mas o que é isso? Você não sabe que não admitimos mulheres trabalhando com calças?
Respondi calmamente:
-Não foi para me mandar tirar as calças, num frio desses, que você me chamou para esse particular não é?
Graças a Deus ele riu e pudemos conversar sobre o absurdo da exigência. Daquele dia em diante, as moças do departamento de mídia da Denison puderam trabalhar tranquilamente, mais discretas e elegantes com suas calças compridas.
Isso parece brincadeira, mas não é mesmo. É só uma das incontáveis batalhas que a mulher travou e ainda trava contra o preconceito e a desigualdade.
Recebí por email esse recorte de jornal publicado em Portugual em 1969 com a foto "escandalosa" das alunas da Faculdade de Letras de Lisboa.
Pensa que acabou esse tempo? Que nada!! Há pouco tivemos o caso da Geise , aluna da Unibam que foi expulsa da faculdade por causa da indumentária. É mole ou quer mais?
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Da Redação:
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